“O ponto não ocupa espaço. É a possibilidade de tudo, sem ser coisa alguma.” Euclides, Elementos
O ponto é a semente de tudo. Sem dimensão, sem extensão, é presença pura. Existe como centro virtual, como origem geométrica e como potência de manifestação. Intrinsicamente ligado à unidade, aponta para uma existência elementar.
A mônada, representada geometricamente pelo monograma, é uma composição dimensional primária com estrutura unitária, que dá origem à multiplicidade, mas pode também significar a unificação de elementos, como na união dos opostos.
“O ego é o espelho embaçado do tempo refletindo uma máscara grudada em nosso rosto.”
Psicologicamente, creio que podemos pensar o ego como dimensão primária e o self individualizado como estrutura unitária da consciência. Nesta última acepção, o ponto, como presença silenciosa, representa o “eu testemunho”, consciência não identificada com papéis ou memórias, anterior ao tempo, ao espaço e à forma. Carl Jung, em sua exploração dos arquétipos, associa a mônada à uma totalidade psíquica primordial, o unus mundus, onde sujeito e objeto ainda não se distinguem.
Aqui, o Ser se manifesta como lembrança fragmentadas de si. Nomes, datas, histórias — são molduras provisórias do infinito. A memória autobiográfica constitui uma âncora identitária.
O Eu emerge como ponto de ancoragem, uma vibração singular do Todo em forma humana. Porém, o Eu não se reduz ao seu enredo pessoal — ele é uma vibração consciente emergindo no Campo que pulsa além das narrativas. Quem sou eu quando não represento meus papéis? Nem o nome, nem a profissão, nem os afetos que me definem?
Neste nodo, abrimos espaço para o olhar silencioso que observa tudo sem se confundir com nada. O Eu Testemunha é presença pura — o centro de gravidade que sustenta a travessia.
Enquanto dimensão egóica e primária, representa o início da trajetória pessoal da consciência. É onde acontece o reconhecimento de narrativas e eventos biográficos. Onde a memória explícita revisita e reinterpreta momentos da história pessoal, observando como eles moldam crenças, padrões de comportamento e a percepção de identidade.
Cada evento da vida, desde os mais marcantes até os aparentemente triviais, carrega uma narrativa que descreve não apenas o que aconteceu, mas também como foi internalizado e vivenciado.
Nodos relacionados: 1–5–7
Referência: Antonio Damasio ("O Erro de Descartes") ao falar sobre o self autobiográfico; Ramana Maharshi e a pergunta "Quem sou eu?".
A ordem primária, também conhecida como unitária, é composta por apenas um elemento. A mônada, o uno, são termos usados para indicar algo que é singular ou único, formando a base de todos os sistemas mais complexos. Em sua unidimensionalidade é a linha que já traz em si dois sentidos, a partir de qualquer ponto. O ponto, adimensional, vazio de medidas, aponta para uma dualidade inerente à unidimensionalidade da linha, apontando o um como fonte da criação.
A dimensão unitária é a base de todas as outras dimensões. Em um nível primário é o ego. Esta instância nos proporciona um senso de segurança e controle. Ela nos permite planejar o futuro, estabelecer rotinas e criar um ambiente estável. Manifestando-se em padrões e repetições que encontramos na natureza, na sociedade e em nós mesmos, esta ordenação implica em uma hierarquia de elementos e uma organização de sistemas.
Nesta nova versão, além de continuar proporcionando conhecimento e habilidades para interessados em seu próprio desenvolvimento, busca também inspirar profissionais de saúde e terapeutas, com uma visão holística do ser humano e uma percepção multidimensional e integrada das suas experiências.
Holossíntese é uma jornada para aprender a viver deliberadamente seu propósito, reconhecer seus dons e desenvolver sua força criativa com entusiasmo. É para você que deseja enfrentar seus medos, tomar consciência de seu valor, sair piloto automático e buscar um estado de fluxo.